sábado, 11 de junho de 2011

Mascara branca


Sonha em sentar-se a mesa

Com quem o quer servindo

Na cama, na casa

Babá, empregada

Na fábrica, a cana

Na cadeia, como segurança

Ah! Fanon

Desesperadamente busca

Mostrar seu valor

A quem de antemão o reprovou

E segue...conveniências

E come migalha que sobrou

E age...subserviências

Querendo tudo seu

Sua casa, seu carro

Sua mulher, seu rosto, sua vida

Branca, branca, brancos...

Nada esta bem

Temos morridos as dúzias

Aos centos

Aos montes

Como versa Akins

Nos safáris que os tiras

Atiram do helicóptero

Nos pegam nas vielas

Favelas

E nos mandam para vala

Tudo isso resvala

Na fila do pré-natal

Onde mulheres pretas

São tratadas pior que bicho

Sem anestesia para aliviar sua dores

Causada por sonhos arrancados a fórceps

Tem suas crianças, nossas também

Para Cabral as pretas

Fábrica de produzir marginais

Preta você não é

Pernas torneadas e bunda firme

Preto você não é pica

Dura, grande e grossa

Isso é animalização

Entretenimento

Somente

Sem pensamento

Pretos, pretas somos um continente

Constelação


por Cizinho AfreeKa


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