Sonha em sentar-se a mesa
Com quem o quer servindo
Na cama, na casa
Babá, empregada
Na fábrica, a cana
Na cadeia, como segurança
Ah! Fanon
Desesperadamente busca
Mostrar seu valor
A quem de antemão o reprovou
E segue...conveniências
E come migalha que sobrou
E age...subserviências
Querendo tudo seu
Sua casa, seu carro
Sua mulher, seu rosto, sua vida
Branca, branca, brancos...
Nada esta bem
Temos morridos as dúzias
Aos centos
Aos montes
Como versa Akins
Nos safáris que os tiras
Atiram do helicóptero
Nos pegam nas vielas
Favelas
E nos mandam para vala
Tudo isso resvala
Na fila do pré-natal
Onde mulheres pretas
São tratadas pior que bicho
Sem anestesia para aliviar sua dores
Causada por sonhos arrancados a fórceps
Tem suas crianças, nossas também
Para Cabral as pretas
Fábrica de produzir marginais
Preta você não é
Pernas torneadas e bunda firme
Preto você não é pica
Dura, grande e grossa
Isso é animalização
Entretenimento
Somente
Sem pensamento
Pretos, pretas somos um continente
Constelação
por Cizinho AfreeKa
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