Por Diego Splinter
Me atrevi a fazer
Parte desse
Esquecido e isolado
Tão esquecidos
Que esqueceram
Que é um povo de Batalhas
E que de tão isolados
Se tornaram
Solitários
E desamparados
Me atrevi a fazer parte
Desse povo
Que de tão
Desamparado
Conquistou
A divindade
Chamada Coragem
Me atrevi
A fazer parte
Desse povo
Que de tão solitário
Misturaram-se
Até que a diferença
Torna-se sua única semelhança
Me atrevi
A fazer parte
Desse povo
Que de tão isolados
Criaram um mundo
Diferente para cada
Metro quadrado
Me atrevi
A fazer parte
Desse povo
Que é pobre
Que é preto
Que é índio
Que é branco
Que é amarelo
Mas que acima de tudo é explorado
E que mesmo assim
Possuem a tal Coragem
Que foi conquistada
Através de grilhões e chibatas
Misérias e descasos
Durante quinhentos anos de assaltos
Me atrevi
A fazer parte
Desse povo
Que apesar de tudo
Que apesar de todos
Das mazelas
Dos roubos
Das covardias
E das guerras
Ainda escrevem
Sobre belas flores
Que são flagradas
Nascendo nas frestas dos concretos
Dos asfaltos
E dos abstratos
Que cantam suas lagrimas
Das mais belas verdades
E que pintam e constroem
E que modelam
Com sangue
E suor de suas carnes flageladas
É desse povo
Que decidi fazer parte
O povo oprimido
De todas as línguas e lugares.
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